[Professores Titulares] Sobre o processo de implementação da Comissão de Heteroidentificação no vestibular da FUVEST

Antonio Martins Figueiredo Neto afigueir em if.usp.br
Segunda Julho 18 16:02:45 -03 2022


Caros colegas,
Bom dia.
Recebi em 13 de julho pp um documento da recém inaugurada PRIP no qual descreve a intenção da USP em criar uma “comissão de heteroidentificação”, cuja função seria 

“... averiguação da autodeclaração de candidatos aptos a se beneficiar do recorte étnico-racial da política.”. 

Inicialmente, caberia ressaltar que nós, PPI+Brancos+etc pertencemos a uma única raça, a HUMANA.
A existência de uma comissão com essa finalidade me faz lembrar tempos (Europa, nas décadas de 30 e 40) que preferiria não se repetirem. Na legislação brasileira há instrumentos que punem a falsidade ideológica, caso haja denúncia. “Estratificar” pessoas a priori é um insulto! 

O que a comissão pretende fazer? Resposta abaixo:

“...avaliar a pertinência da autodeclaração dos candidatos aprovados na FUVEST utilizando-se, para tanto, de critérios fenotípicos, que devem ser considerados e avaliados a partir de critérios sociológico, político, cultural e históricos.”

conforme consta do documento (grifo meu)?

O que seriam esses critérios, inclusive políticos? Um vexame!

A composição dessa comissão é, também, uma pérola:

"A comissão será composta por:

- Um representante da PRIP;
- Um docente da USP diretamente eleito (via Helios voting).
- Um discente da graduação indicado pela Coligação dos Coletivos Negros da USP;
- Um representante da sociedade civil organizada com comprovada atuação no movimento; 
- Um funcionário técnico-administrativo da USP diretamente eleito (via Helios voting).”

Os eleitos seriam eleitos com base em que? Quais os critérios? Teriam um programa?
Por que não um representante dos pardos? E dos índios? Ora, não é PPI? 
Representante com comprovada atuação no movimento? Qual movimento?

Só falta fazermos um exame de DNA nos candidatos da FUVEST e comparar o resultado com um banco de dados (a ser construído) que identificasse a origem étnica do candidato. Um absurdo!

Nós, os Professores Titulares deveríamos ser absolutamente contra a instituição de tal comissão em nossa Universidade. Caso haja fraude, que seja feita uma denúncia de falsidade ideológica e que o infrator, caso seja condenado, perca a vaga. Isso já dá conta de eventuais problemas de fraude.

Gostaria de discutir com vcs esse assunto.

Att

Antonio Figueiredo

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Professor Dr. Antônio Martins Figueiredo Neto
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